Qualificação profissional

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Zootecnista pela Universidade de São Paulo com Especialização em Melhoramento Genético Animal na França. Carreira profissional na Gestão Executiva de empresas nacionais e multinacionais do Setor de Genética Animal - Alta Genetics do Brasil, Sersia Brasil Inseminação Artificial, Yakult S/A Indústria e Comércio, Sete Estrelas Embriões, Fundação Bradesco - PECPLAN e Banco de Crédito Nacional - BCN Agropastoril. Na foto, um dos importantes títulos recebidos ao longo de uma carreira profissional de 27 anos de serviços prestados a pecuária de corte tropical, "Prêmio Nelore de Ouro - Personalidade Empresarial do ano".

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ULTRASSONOGRAFIA & SELEÇÃO GENÉTICA



Nos últimos anos, o agronegócio brasileiro vem ocupando um espaço importante para a produção mundial de alimentos, especialmente no que se refere à carne bovina. A pecuária de corte brasileira destaca-se pelo grande volume de carne produzida e desempenha um papel fundamental na pauta de exportações do país, aumentando significativamente a balança comercial. O setor de carnes no Brasil, apesar de ainda não incorporar todas as novas tecnologias de produção e gestão, tem evoluído com aumento da produtividade do rebanho e modernização de muitas empresas rurais. Contudo, este setor ainda não apresenta competitividade em termos da qualidade requerida e remunerada pelos diferentes mercados consumidores mundiais, produzindo apenas carne em quantidade, sem consistência e padronização. Um exemplo de preocupação em atingir o mercado internacional é o sucesso dos programas de carne certificada, os quais vem garantindo uma carne de qualidade. Uma ressalva importante é que o conceito de qualidade da carcaça e da carne é simplesmente uma opinião cultural, ou seja, depende dos hábitos inerentes à cultura de cada país, região ou continente. Por exemplo, para o mercado Japonês e Americano (EUA), uma carne de qualidade apresenta 12% e 8% de gordura intramuscular, respectivamente. Em algumas partes do mercado Europeu, devido à preocupação em ingerir menor quantidade de gordura saturada, uma carne bovina de qualidade, deve apresentar o mínimo de gordura intramuscular possível. A globalização do mercado deve levar a um aumento na homogeneidade em relação ao hábito dos consumidores, aumentando a demanda e direcionando o setor produtivo especialmente para produtos "in natura". Para atender às exigências desse novo cenário econômico, a pecuária brasileira terá que melhorar os seus índices produtivos, assim como, os reprodutivos, além de atender às exigências dos consumidores em relação à segurança alimentar, qualidade do produto, bem-estar animal e respeito ao meio ambiente. Para isso, nos programas de melhoramento genético deverá ser levado em conta, não só a seleção de reprodutores com melhores valores genéticos para características de crescimento e reprodutivas, mas também, para características de carcaça buscando aumento da qualidade do produto final, carne. Existem várias maneiras de mensurar a qualidade da carcaça com o objetivo de melhorar as características organolépticas da carne. A utilização de metodologias que impliquem no abate do animal para avaliar essa qualidade é desvantajosa. Pois, apesar de aumentar a acurácia de seleção, os altos custos do teste de progênie limitam o número de animais a serem testados, diminuindo assim a intensidade e a resposta à seleção. A técnica da ultrassonografia permite a avaliação das características na carcaça por um procedimento não invasivo e sem deixar resíduos nocivos na carne dos animais. A ultrassonografia passou a ser utilizada como técnica para a predição da composição da carcaça de bovinos de corte a partir de 1.950, e é considerada uma tecnologia de baixo custo e de fácil aplicação, quando comparada com à mensuração realizada diretamente na carcaça após o abate. Em alguns países, as avaliações por ultrassom têm um grande impacto econômico, já que os produtores recebem ou são penalizados de acordo com a qualidade e o rendimento dos cortes cárneos de seus animais. Devido às necessidades competitivas, as associações norte americanas desenvolveram programas de melhoramento genético para qualidade de carcaça bovina, utilizando testes de progênie e/ou uso da técnica do ultrassom ("Beef Improvement Federetion" – BIF, 2002).
Visando possíveis mudanças no mercado, e o longo período para que ocorram mudanças genéticas por seleção, estudos que procurem embasar qual a idade mais apropriada para se obter as características de qualidade de carcaça se fazem necessários. Além disso, como as características reprodutivas de fêmeas podem afetar significativamente a produtividade do rebanho, estudos a respeito da relação genética entre características de carcaça e reprodutivas são importantes, pois ainda não se sabe ao certo, se a precocidade sexual de fêmeas está relacionada com deposição de gordura na carcaça, musculosidade e desenvolvimento dos animais. No Brasil, a tecnologia já é plenamente dominada, faltando ainda, no entanto maior aprofundamento para que possamos de fato, predizer aos produtores os resultados esperados, questões importantes ainda precisam ser respondidas a luz da ciência, pesquisa e estatística aplicada, não basta medir é preciso interpretar e predizer com maior segurança, pois os produtores necessitam de ferramentas concretas, estamos no caminho certo.

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