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Zootecnista pela Universidade de São Paulo com Especialização em Melhoramento Genético Animal na França. Carreira profissional na Gestão Executiva de empresas nacionais e multinacionais do Setor de Genética Animal - Alta Genetics do Brasil, Sersia Brasil Inseminação Artificial, Yakult S/A Indústria e Comércio, Sete Estrelas Embriões, Fundação Bradesco - PECPLAN e Banco de Crédito Nacional - BCN Agropastoril. Na foto, um dos importantes títulos recebidos ao longo de uma carreira profissional de 27 anos de serviços prestados a pecuária de corte tropical, "Prêmio Nelore de Ouro - Personalidade Empresarial do ano".

sexta-feira, 16 de julho de 2010

MELHORAMENTO GENÉTICO




A maior rentabilidade da atividade pecuária está na aplicação de tecnologias de alto resultado com baixo custo, e entre estas tecnologias o melhoramento genético figura como uma das principais, e o segredo está no estabelecimento de um Plano de Melhoramento Genético do rebanho de cada propriedade.

1. Princípios básicos do melhoramento genético

O princípio básico do melhoramento genético animal é a exploração das diferenças genéticas existentes entre animais dentro de uma população. Isto gera a variação, que é a matéria-prima que o produtor pode utilizar para mudar a estrutura genética da população.
Assim, por exemplo, as diferenças existentes no peso aos 365 dias de idade, são resultantes de diferenças ambientais entre os animais e de diferenças genéticas entre os mesmos.
As diferenças ambientais incluem diferenças devidas ao mês de nascimento (seca ou chuva), idade das vacas mães, sexo, manejo e nutrição.
Ao contrário, as diferenças genéticas permitem, por métodos de seleção adequados, escolher indivíduos portadores de “cargas genéticas” superiores, as quais serão repassadas aos seus descendentes.

2. Importância na Seleção

A seleção feita pelo homem representa a adição de novos gens relacionados à habilidade animal em servir as necessidades humanas, aos padrões naturais de habilidade para sobreviver e reproduzir. A maioria das características econômicas que interessam ao produtor são quantitativas e passíveis de medição.
O que significa dizer que a Seleção é uma ferramenta que o produtor deve lançar mão para conseguir uma melhor produção de novilhos precoces.
Os principais métodos de seleção são: a seleção pelo valor fenotípico individual, seleção pelo desempenho, seleção pela família, seleção pelo pedigree e a seleção pela progênie.
As principais características que o produtor deve considerar na seleção de gado de corte são: ganho em peso no período de aleitamento, ganho em peso no período pós-desmama, conversão alimentar, precocidade reprodutiva, habilidade materna, adaptabilidade, características de carcaça, ausência de defeitos hereditários, temperamento, longevidade produtiva e tipo de conformação morfológica.

3. Sistemas de acasalamentos

Após a seleção, na qual o produtor deve aumentar a freqüência dos genes desejáveis, deve ser escolhido o sistema de acasalamento, para aumentar a freqüência dos genótipos desejáveis. A escolha do sistema de acasalamento depende dos objetivos de cada criador.
O sistema de acasalamento pode ser Endogâmico, com indivíduos de certo grau de parentesco, utilizado no melhoramento genético de uma mesma raça, ou Exogâmico, com indivíduos pouco aparentados entre si, utilizado no melhoramento genético de rebanhos através do cruzamento entre raças.


4. Melhoramento genético através do cruzamento entre raças

O zebu brasileiro é sem dúvida um dos maiores patrimônios genéticos existentes no mundo como base da produção de carne em ambientes tropicais. E a intensificação nos processos de melhoramento genético do zebu brasileiro nas características específicas voltadas à produção de carne, certamente contribuirão para um importante incremento da produção de novilhos precoces no Brasil.
No entanto, há que se considerar que o incremento na produção proporcionado pelo melhoramento genético das raças zebuínas brasileiras ainda demandará muitos anos de trabalho intenso.
Neste sentido o produtor pode utilizar o melhoramento genético através do cruzamento de raças, como uma técnica viável economicamente e de resultados práticos rápidos que podem ser medidos já na próxima geração. Considerando as características da pecuária de corte no Brasil, o produtor brasileiro pode utilizar a técnica, através do cruzamento de espécies diferentes que são o Bos Indicus (Zebu) e o Bos taurus (Europeu), visando a maximização destes resultados.
Este resultado imediato e comprovadamente superior se explica pela manifestação de um fenômeno biológico que se chama "heterose" ou “vigor híbrido”, um importante recurso de produção de carne com maior eficiência, pois melhora significativamente características como ganho de peso, precocidade sexual, precocidade de terminação e qualidade de carcaça, elementos fundamentais à produção de um moderno novilho precoce que atenda à todas as exigências do mercado atual.
Além do vigor híbrido, o cruzamento oferece outra vantagem ainda mais interessante: as raças escolhidas podem ser acasaladas de modo dirigido para se complementarem, sendo melhores aproveitadas as características desejáveis de cada raça. Embora os efeitos do vigor híbrido e complementação possam ser pequenos para uma característica em particular, o efeito cumulativo total é da maior importância econômica quando avaliado como acréscimo na produção do rebanho.
Na avaliação das estratégias mais adequadas de utilização dos recursos genéticos, para a produção de carne bovina de qualidade no Brasil – entre as quais o cruzamento entre as raças tem muito a contribuir – os principais componentes do ciclo produtivo na pecuária de corte (reprodução, produção e produto), devem ser considerados em conjunto. Uma implicação importante desses resultados para o Brasil, é a necessidade do uso de diferentes grupos genéticos e sistemas de produção, para o atendimento dos diferentes mercados consumidores.

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